Para onde corro?
Sigo sem parar, não quero ficar para trás. Ajo sem pensar, sem antecipar as consequências. Corro sem hesitar mas para onde?
Não vejo a meta. Não tenho objectivo.
Simplesmente corro, como se a minha vida dependesse disso.
Mas não depende
sei disso. Porém a vontade de recuperar o fôlego não me faz abrandar. Inconscientemente sei que se parar não mais voltarei à corrida. Se parar afundar-me-ei neste vazio que cresce dentro de mim. Se parar
vou consumir-me na minha própria tristeza, na minha ausência de sentido.
Por isso continuo a correr, fingindo que tento alcançar algo, fingindo que tenho um propósito quando o meu único motivo é
esquecer o que sou